Bipolaridade: o que é de fato?
Muitas falácias aparecem quando o assunto é bipolaridade, também conhecida como transtorno bipolar. Afinal, você sabe quais são as verdadeiras características da doença e as melhores formas de tratamento?
De acordo com a psiquiatra Helena Maria Calil, professora livre docente do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
o transtorno bipolar pode atingir 4% da população adulta mundial.
No Brasil, é estimado que
mais de 6 milhões de pessoas vivam com a bipolaridade. Outro dado interessante é que, apesar de se manifestar predominantemente durante a adolescência,
o transtorno pode levar mais de uma década para ser diagnosticado.
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escutaaqui preparou um conteúdo especial com todas as particularidades do transtorno. Confira.
Afinal, o que é a bipolaridade?
O transtorno Bipolar pode ser definido como uma patologia caracterizada pela alternância de humor grave. Um paciente bipolar oscila entre momentos de euforia (mania) e depressão, oscilação que é determinada por crises graves características da doença.
Existem diferentes tipos de transtorno bipolar e todos eles afetam os níveis de humor, energia e eficiência do indivíduo. Dessa forma, podem ser classificados nas seguintes fases:
- Mania: ocorre, principalmente, pelo acúmulo de energia, mesmo quando o momento/situação do indivíduo não condiz com tal animação, causando prejuízos nas suas atividades diárias;
- Hipomania: o que diferencia da Mania é que o indivíduo não se prejudica pela animação em excesso. Ao contrário, pode se beneficiar, principalmente pelo aumento de produtividade;
- Depressão: caracteriza-se pelo excesso de tristeza, falta de humor e produtividade. Existe a depressão bipolar tipo 1, que é intercalada com episódios de mania, e a tipo 2, na qual os episódios fora da depressão tem uma euforia um pouco menos intensa.
Além disso, a bipolaridade também pode ser elencada em 2 tipos:
- Tipo 1: o portador do distúrbio apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, 7 dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de 2 semanas a vários meses;
- Tipo 2: o portador não desenvolve episódios maníacos completos, em vez disso, apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania.
Um ponto necessário a destacar é:
pessoas que mudam de ideia de forma brusca podem não ter transtornos bipolares. Dessa forma, é errado citar que indivíduos com esse comportamento é bipolar. O diagnóstico final só deve ser apontado por médicos especializados na área.
Quais são as causas da bipolaridade?
Apesar do transtorno bipolar ter seu estudo difundido durante séculos, as suas causas podem variar de caso para caso. Algumas delas, inclusive, ainda não são 100% comprovadas.
No entanto, separamos abaixo as que mais se destacam entre os estudiosos da doença:
- Peculiaridades biológicas: indivíduos que apresentam malformações no cérebro;
- Hereditariedade: indivíduos que possuem parentes com o transtorno podem estar mais suscetíveis a desenvolver a doença;
- Neurotransmissores: quando o indivíduo possui desequilíbrio entre os neurotransmissores - substâncias químicas produzidas pelos neurônios, com a função de biossinalização;
- Traumas: situações vivenciadas pelo indivíduo durante toda a sua vida, que causam traumas, podem desencadear no desenvolvimento do transtorno. Alguns exemplos: pressão social, abuso sexuais, perda de entes queridos.
Como diagnosticar?
A partir do momento em que os sintomas do transtorno passam a ser perceptíveis, o indivíduo é encaminhado para um psiquiatra e neurologista, que realizam uma série de exames clínicos, físicos e testes laboratoriais, como exames de urina e de sangue.
Esses testes iniciais são primordiais para descartar qualquer outra doença. Logo após,
o paciente realiza
tratamento psicológico contínuo, fundamental para estabilizar as alterações de humor.
Esse profissional psicólogo terá um papel de tentar descobrir as causas do transtorno por meio da conversa e da escuta.
Como ocorre o tratamento?
Ao ser diagnosticado para o transtorno bipolar, o tratamento deve ser contínuo, até o final da vida. Na maioria dos casos, são utilizados estabilizadores de humor, à base de lítio, anticonvulsivantes e/ou antipsicóticos.
A possibilidade de controlar a bipolaridade sem medicamentos é mínima, por isso, devem ser usados rotineiramente, mesmo quando o paciente não apresenta crises de humor.
Você sabia tudo o que abordamos neste artigo sobre a bipolaridade? Aproveite a leitura e
descubra como a ansiedade e depressão podem ter os sintomas agravados em momentos de crise!
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